Os dados foram apresentados pela GNR, esta sexta-feira, no Casino Fundanense, no decorrer do debate sobre a temática, organizado pelo gabinete pela igualdade e de apoio à vítima (GIAV), do município fundanense.
No evento, que assinalou o dia internacional para a eliminação da violência contra as mulheres, Francisco Carvalho, do Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) da GNR, revelou que desde o início do ano até ao passado mês de outubro, no distrito de Castelo Branco, foram contabilizados 384 casos de violência, mais três do em todo o ano de 2021.
A manter-se esta tendência podemos estar perante o maior número de casos de violência doméstica no distrito no período de um ano, ultrapassando o número registado em 2019 de 423 denúncias.
O militar da GNR alertou ainda para o facto de durante os anos de 2020 e 2021, com a pandemia de covid-19, foram registados menos casos, mas com maior gravidade.
A sessão registou uma boa adesão de cidadãos, especialmente de jovens, o que deixou a vereadora Alcina Cerdeira, “de alma cheia”. A autarca vincou que o combate à violência doméstica não pode ser apenas num dia.
Durante o evento foram ainda apresentados dois testemunhos na primeira pessoa de violência contra mulheres tendo uma destacado a necessidade de estar alerta para os primeiros sinais, nomeadamente relacionados com o controlo exercido sobre a vítima e o seu isolamento.
Já psicólogo da Beira Serra, Daniel Morgado, direcionou a sua intervenção em especial para os mais jovens, em grande número na sala, e afirmou que embora a actual geração esteja mais informada sobre o tema da violência existem ainda muito muitos que considerarem normal algum tipo de violência no namoro. Uma ideia que é preciso combater.
No decorrer da iniciativa foi apresentado um vídeo de sensibilização com casos de violência contra mulheres, a dinamização de um jogo didático e uma performance de dança alusiva ao tema.