Em entrevista ao programa "Flagrante Directo" da RCB o meteorologista diz que se este for de facto o Verão mais quente dos últimos 25 anos "será uma catástrofe para o nosso país", basta olhar para os números dos últimos 5 anos "em 2003 registaram-se duas mil mortes devido ao calor, em 2004, apesar de se circunscrever ao Algarve, morreram 100 pessoas, em 2005 mais 400 e em 2006, as 5 ondas de calor provocaram mais 1.400 mortes".
Segundo Costa Alves, depois do terramoto de 1755 as ondas de calor são o fenómeno natural que mais mortes provocou em Portugal. Na região, a maior onda de calor dos últimos 100 anos ocorreu em 2003 e durou 17 dias. Para ser considerada onda de calor "é necessário que as temperaturas elevadas se mantenham durante pelo menos 5 dias consecutivos" explica o meteorologista que em relação à Beira Interior especifica "estamos a falar de temperaturas acima dos 38 graus consecutivamente, havendo dias que pode ultrapassar os 40 graus".
A região e o país não estão preparados para as ondas de calor "a situação não está a ser encarada como devia" e deixa o exemplo "perante uma onda de calor é preciso acudir em duas frentes: aos incêndios e à saúde humana e a nossa preocupação são os bens materiais". A morte pelo calor é na opinião de Costa Alves uma catástrofes mais silenciosa e menos mediática que os incêndios e para a qual o país não está prevenido como se preveniu contra o fogo. Exemplo disso é "o incumprimento do plano de climatização dos hospitais, a ausência de climatização em lares, centros de dia, creches e ATLs, no fundo, as instituições onde se concentram os grupos de risco". Por outro lado, denuncia ainda, em Portugal a construção civil não tem em conta o tipo de clima de cada região "constrói-se uma casa da mesma forma e com os mesmos materiais de norte a sul do país".