Após estreia no dia 25 do corrente mês, a peça “O Relato de Alabad” da Estação Teatral (ESTE) sobe ao palco mais três vezes: esta sexta-feira, 3 de Julho, às 21:30h. Amanhã à mesma hora e no domingo, ás 17:00h, no auditório da Moagem, no Fundão.
A estreia de “O Relato de Alabad” abriu a programação do Auditório da Moagem, após a paragem motivada pela pandemia, com a lotação do espaço reduzida em 50% e o acesso ao espectáculo, por parte do público, obedece às normas da Direcção Geral de Saúde (DGS) sobre esta matéria, nomeadamente o respeito pelo distanciamento social e utilização de máscara.
"O Relato de Alabad”, com texto original de Nuno Pino Custódio - que assina também a encenação -, conta ainda com a concessão plástica de Patrícia Raposo e a interpretação de Pedro Diogo e Pedro Rufino (músico).
Trata-se de um monólogo escrito e interpretado por Nuno Pino Custódio, com encenação de Miguel Seabra, entre 2002 e 2003, no Teatro Meridional.
A peça fala do ano de 1147 e da defesa de Lisboa contra portugueses e cruzados em trânsito para a Terra Santa (Segunda Cruzada). Partindo de relatos ocidentais, recria-se o ponto de vista do “lado de lá”, o dos muçulmanos, através da crónica de Alabad bin Muhammad Almançor, arqueiro e poeta. Fugido de Santarém (tomada de assalto pelos portugueses meses antes), Alabad e o seu irmão Youssef são acolhidos por um tio lisbonense, procurando aí recomeçar as suas vidas. Mas a esperança de uma existência feliz naquela cidade florescente e muito populosa em breve se transformará numa tormenta, quando os cristãos chegam às portas da cidade para conquistá-la (na perspectiva do defensor), para reclamá-la (na ideia do invasor). O cerco, que durará quatro longos meses, vai obrigar os habitantes de Lisboa a viverem entre o limite das suas forças, tendo a fome e a peste como pano de fundo, e o necessitarem de continuar a enveredar esforços para repelir o inimigo. Na tradição dos contadores de histórias e com acompanhamento musical-sonoro ao vivo, Alabad desdobra-se em inúmeras personagens e situações, descrevendo e confidenciando com palavras e gestos a perda de uma das mais importantes cidades comerciais do Al-Gharb Al-Andaluz. Já se conhecem os relatos de testemunhas presenciais do mesmo acontecimento. Agora há também este, vindo das muralhas de uma cidade caiada de branco. Tão verdadeiro e tão falso quanto os restantes que se conhecem…
As reservas para os espectáculos podem ser feitas através do contacto telefónico 275773032 ou pelo email: gabcultural.cmfundao2@gmail.com.
c/ Renato Santarém