O documento, enviado ao presidente da assembleia municipal para que desencadeie os procedimentos previstos com vista “ao seu rápido agendamento”, começa por salientar que a pandemia agravou “uma realidade já conhecida e completamente inaceitável: - Os Covilhanenses pagam a factura mais cara de água, saneamento e resíduos do distrito e uma das mais elevadas do país”.
De acordo com a petição e tendo em conta dados do regulador, a ERSAR, um consumo mensal de 10m3/mês custa mais €7,93 na Covilhã (€32,55) do que a média nacional (€24,62), ou seja, mais 32,2%!
A cobertura de gastos no abastecimento de água é de 158% (a quinta mais alta do país), no saneamento é de 157% e nos resíduos é de 101%, “valores muito superiores aos recomendados pela ERSAR”, que devem oscilar entre 100 e 110 por cento, “penalizando assim fortemente as famílias, em particular as de menores recursos no acesso à água, bem essencial à vida, e prejudicando a economia local”, sublinha.
Os cidadãos que assinam a petição não estão surpreendidos que nos últimos cinco anos, a Águas da Covilhã tenha registado lucros acumulados superiores a 4 milhões e 700 mil euros
“Estes são os resultados da privatização do saneamento, efectuada em 2005, e da venda de 49% do capital da Águas da Covilhã, operada em 2008, e da submissão ao objectivo do lucro e dos interesses dos accionistas privados, caminho que urge reverter, mas também da inércia e da incapacidade da Câmara em defender o interesse público e os direitos da população”, lê-se no documento.
Oiça aqui o primeiro subscritor da petição, Jorge Fael: https://audiomack.com/cova-da-beira/song/jorge-fael-agua…