Na primeira entrevista que deu à RCB depois das demissões, o provedor diz que em ambos os casos foram motivos pessoais que estiveram na origem da decisão. A começar por Jorge Saraiva.
“Ou saía ele ou saía eu, e foi isso que propus ao presidente da assembleia, e ele (secretário) entendeu que devia sair. Peço desculpa a quem quer saber a razão, mas garanto que não tem a ver com a gestão ou problemas da misericórdia, tem a ver com razões pessoais.”
Jorge Saraiva saiu, entrou Carlos Madaleno que, também por motivos pessoais, abandonou o cargo.
“Nesse caso, não fez sentido que um elemento de um órgão, a um mês das eleições saia. Eu fiquei satisfeito, pensei que se iria formar uma lista, porque ser provedor tem custos para a minha família e para as minhas empresas.”
Neto Freire garante, no entanto, que o cargo que desempenha não tem custos para a misericórdia “nenhuns, eu nunca apresentei um quilómetro que fosse”.
Neto Freire, que acaba de ser reeleito para cumprir o segundo mandato à frente da misericórdia da Covilhã diz que só se recandidatou porque não apareceu nenhum candidato “com capacidade para continuar o trabalho que temos feito”.
Continuar no caminho da sustentabilidade financeira da instituição é o grande objetivo do novo mandato.
“Manter a instituição com o peso da dívida que tem, que ainda é muito forte.”
Há seis anos, Neto Freire herdou uma dívida de 4 milhões e 700 mil euros, que se situa atualmente nos 3 milhões e 200 mil, “este ano subiu um nadinha, devido ao alargamento do lar, mas estamos a acautelar tudo para continuar a descer”.