Este é o festival que a companhia de teatro gostaria de ter, disse Fernando Sena, na apresentação daquele que foi um dos primeiros festivais de teatro do país após o 25 de Abril de 1974.
“Portanto, há um caminho para percorrermos no futuro que tem também a ver com esse passado que trouxemos à Covilhã. Quando não havia espetáculos nenhuns e as companhias profissionais vinham ao festival de teatro e era nessa altura que a Covilhã via espetáculos que só se viam em Lisboa ou no Porto. Esse foi o caminho inicial do festival, não queremos perder isso, queremos trazer outras companhias, inclusivamente estrangeiras e dá a hipótese ao público de ter acesso a esses espetáculos.”
Com a casa de espetáculos da cidade em obras, o festival vai decorrer no auditório do Teatro das Beiras. Fernando Sena diz que a companhia não foi ouvida aquando da elaboração do projeto do teatro municipal, um dos dois exemplos que deixa quando confrontado com o apoio do município. Fernando Sena diz que apoio existe, mas na cultura há questões, para lá das financeiras, que deviam ser equacionadas.
“É importante que o concelho tenha outro tipo de projetos, nomeadamente um trabalho com as freguesias, porque senão acabamos por ter uma ação centralizadora na sede de concelho, e depois, acho que teria sido interessante nós termos tido algo a dizer sobre a reconstrução do teatro cine, não tivemos temos esperara, e depois já não vale a pena sermos ouvidos.”
O festival de teatro da Covilhã abre e encerra com duas companhias espanholas que nunca participaram no festival: Teatro del Norte, com a pela “Pasajero de las sombras” no dia 31 de outubro e Proyecto Voltaire com o espetáculo “Música de Mobiliário” no encerramento. Durante o festival o teatro das Beiras vai apresentar duas das suas peças “Um mundo mágico” na vertente pedagógica do festival, e Entremezes, no dia 8 de novembro.