Jorge Gaspar, provedor da santa casa da misericórdia do Fundão, confirma a existência de um processo crime à anterior gestão da misericórdia que está em fase de investigação "há de facto um processo crime que está a decorrer à anterior gestão, mas está em segreso de justiça".
Terminada a investigação o Ministério Público decide se o caso vai a julgamento ou é arquivado "se o MP considerar que há indícios de crime, eu acho que há, acusará, e se assim for a Santa Casa da Misericórdia vai acompanhar essa acusação para ser ressarcida de eventuais danos causados à instituição".
Aguarda-se a conclusão da investigação e a decisão do ministério público: acusar e avançar para a fase de julgamento ou arquivar o processo.
Declarações de Jorge Gaspar no final da assembleia geral da Santa Casa da Misericórdia que aprovou por unanimidade o relatório e contas da instituição referente a 2009. O ano financeiro foi encerrado com um resultado positivo de 23 mil euros "o que já não acontecia há pelo menos 5 anos" refere Jorge Gaspar. Segundo o provedor da misericórdia este resultado foi fruto de uma gestão "mais rigorosa" mas que em nada prejudicou a qualidade dos serviços prestados "por exemplo uniformizámos as ementas dos lares e centros de dia e criámos uma central de compras o que nos permite obter melhores preços uma vez que compramos em grande escala".
Durante o ano 2009 foi ainda possível liquidar as dívidas a fornecedores e a dívida a médio e curto prazo à banca, ou seja, "acabámos com as contas caucionadas, nomeadamente a de cerca de 700 mil euros no Montepio e a de 250 mil na Caixa Agrícola".
Uma gestão que só foi possível devido ao empréstimo bancário contraído pela nova mesa administrativa e que está reflectido nas contas num montante de 4 milhões e 400 mil euros. Um empréstimo que "vai começar a ser amortizado este ano" apesar de se avizinhar um ano difícil uma vez que a instituição vai ver reduzida uma das suas principais fontes de receita "os acordo com a segurança social nomeadamente na valência de infância". Uma redução que pode atingir os 200 mil euros e que segundo Jorge Gaspar se fica a dever a dois factores "o primeiro é a diminuição da taxa de natalidade, temos verificado nos últimos anos uma diminuição de crianças na creche, jardim de infância e ATL, o segundo é a abertura na cidade de uma nova creche".