Na última sessão da assembleia municipal, e a propósito da falta de apoios do Governo para o interior do país, António Dias Rocha admitiu que as empresas que se querem fixar em Belmonte deparam-se com um enorme problema: não há gente para trabalhar
“As empresas não vêm para o Interior porque o Interior não tem matéria prima para trabalhar nessas unidades. Não temos mão-de-obra! Onde é que está? Foi para o Litoral? Emigrou? As empresas querem vir para cá, mas não têm pessoal para trabalhar. Quero dizer-vos que Belmonte tem uma taxa de desemprego de oito por cento e mantém-se sempre igual. As pessoas são chamas para as empresas e não vão. Portanto, estes oito por cento não querem trabalhar. Se houver uma empresa que se queira sediar em Belmonte não tem mão-de-obra”, afirma o autarca.
O edil pede ajuda a todos para tentar ultrapassar este grave problema que Belmonte enfrenta
“Ajudem-se a convencer as pessoas que não trabalham a aceitarem condições para laborarem. O empresário da fábrica de sapatos não consegue arranjar pessoas do concelho para trabalharem na sua unidade e anda a ver deles por fora. Não quero acreditar que estejamos a perder empresas porque não encontram aqui mão-de-obra”, frisa.
A falta de pessoas é uma realidade em toda a faixa interior do país e quando a assembleia municipal saudava a abertura do centro escolar de Caria, um velho anseio das gentes daquela vila, o presidente do executivo Belmonte voltou a fazer um desafio aos jovens casais daquele território:
“Façam filhos. Precisamos de jovens pois são o futuro deste concelho. E se estamos à espera que hipoteticamente do Litoral venham jovens para cá, temos que nos deixar dessas ilusões”, aponta o presidente da CMB.
A Assembleia Municipal de Belmonte aprovou os regulamentos dos conselhos municipais de segurança e de educação e assistiu a uma troca de palavras entre António Dias Rocha e o presidente da junta e freguesia da União de Belmonte e Colmeal da Torre, também eleito nas listas do PS. O presidente da câmara chegou a mesmo a afirmar que já não sabe os autarcas de juntas que foram eleitos com o seu apoio e os que não foram.