Aos Estados Unidos vai levar pelo menos uma centena de peças feitas de, e a partir da madeira da região como giesta, esteva, urze, cerejeira, pessegueiro ou oliveira.
“Essas madeiras são bonitas e nós muitas vezes quando olhamos para elas não vemos o potencial, depois de as polir e trabalhar de determinada forma elas começam a aparecer. No fundo, só temos que descobrir o que está dentro de cada coisa e trazê-las para o mundo.”
Trazê-las para o mundo em forma de brincos, colares, pendões, braceletes, ganchos para o cabelo, pulseiras, ou pregadeiras. Jóias naturais a que o escultor também aplica pedras preciosas que encontra no manancial de matéria-prima que é a flora da região.
“Por exemplo trabalhar com cápsulas de tília, que é uma cápsula pequenina onde está a semente e que podem ser rubis, podem ser pedras preciosas feitas com materiais naturais, é claro que é preciso ter preocupações como ser durável, ter condições para estar no corpo de alguém, resistir ao tempo. Outro exemplo são as cápsulas das bolotas, é incrível tanto por dentro como por fora, a riqueza plástica daquilo.”
A exposição que José Simão vai levar a Nova York tem assim a dupla vantagem de promover a região e ser amiga do planeta.
“É um projecto que pode ser divulgador do que temos no nosso território e há outro conceito que baliza este projecto que é um sentimento de relação com o mundo, trabalharmos com recursos locais que não precisam de grandes transformações em termos energéticos e é isso que eu estou a fazer.”
A exposição de joalharia estará no centro de Manhanttan durante todo o mês de Dezembro. Depois disso, José Simão quer aventurar-se na capital europeia da moda e do glamour e expor a sua arte em Paris.
Na foto, a capa da revista “Glamour”, da Bulgária, em Agosto de 2014, com as jóias de madeira de José Simão. Foi a primeira incursão do escultor albicastrense na joalharia a partir da madeira, um trabalho de 50 peças que realizou para um desfile da estilista Alexandra Moura.