Os centristas pretendem ainda saber que tipo de resposta está a ser dada aos doentes em consulta e em lista de espera nas especialidades cirúrgicas e quais os critérios de distribuição dos doentes pelos serviços.
Na ausência em férias dos médicos e enfermeiros, a distrital do CDS/PP pretende ainda ser esclarecida acerca de como estão a ser utlizadas as salas de tratamento para os exames de diagnóstico, por exemplo à sala de urologia.
Questões que surgem na sequência da denúncia feita pelo Sindicato dos Enfermeiros dos Portugueses segundo o qual os doentes das especialidades cirúrgicas do CHUCB estavam a ser distribuídos por outros serviços do hospital “na prática, não passa de um encerramento encapotado", afirmou Guadalupe Simões, do SEP, em declarações ao jornal Público, que cita a agência Lusa.
Aquela responsável sublinhou que a denominada "reorganização" afecta as especialidades de oftalmologia, urologia e reumatologia.
Já o presidente do conselho de administração do CHUCB, João Casteleiro, garantiu não existir qualquer encerramento encapotado, mas sim uma "concentração de doentes" que visa promover "uma gestão adequada dos recursos", durante o período de verão.
"É absolutamente falso que tenhamos algum encerramento encapotado. O que estamos a fazer é gerir bem os recursos implementando uma medida que é seguida na Europa. Assim, tendo em conta que neste período de Verão temos necessariamente profissionais de férias e tendo também em consideração que a taxa de ocupação e a procura são mais reduzidas, optamos por concentrar os doentes num serviço, sem que a resposta seja posta em causa".
Salientando que "não faria sentido ter enfermarias abertas apenas com três ou quatro doentes", João Casteleiro também sublinhou que "todos os serviços estão garantidos" e que "se for necessário serão abertas mais camas, sem qualquer problema".
Guadalupe Simões considerou que as referidas alterações mostram que o SEP tinha razão quando, por mais do que uma vez, alertou para "a situação caótica que se vive no hospital, pela ausência de autorização para contratar profissionais".
Já a distrital do CSS/PP destaca o facto de na mesma semana em que o CHCB recebe a designação de Hospital Universitário, a população vê-se confrontada “com o encerramento de serviços e com serviços de elevada especialidade assegurados por clínicos de outras especialidades em substituição, como é o caso de um médico ginecologista que assegurou o serviço de cuidados intensivos”, aponta.
Em comunicado, os centristas defendem que a distribuição de doentes por vagas em camas de outros serviços “não satisfaz as necessidades dos doentes e não assegura a qualidade exigida na prestação de cuidados”.
“O encerramento não pode e não deve ser considerado como uma mera reorganização dos serviços atendendo à época do ano. O verão não elimina doentes e utentes na lista de espera e não altera diagnósticos, muitas das vezes de elevada gravidade e complexidade (atenda-se por exemplo às neoplasias urológicas)”, salienta a comissão política distrital.
Nesta especialidade, o CDS diz não compreender, e atendendo à especificidade do serviço e à escassez de resposta na nossa região, a não abertura de vaga de urologia.