Integrado na Unidade de Investigação QRural (Qualidade de Vida no Mundo Rural), unidade recém-criada no Instituto Politécnico de Castelo Branco, cuja coordenação está a cargo da docente da ESALD-IPCB, Patrícia Coelho, o programa da Pressão Arterial da Beira Baixa do instituto tem como principal objectivo determinar a prevalência de hipertensão arterial e hipotensão ortostática na região da Beira Baixa, como também o seguimento dos indivíduos hipertensos por profissionais de saúde especializados na área.
Márcia Santos, aluna da licenciatura em Fisiologia Clínica da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do IPCB, operacionalizou a recolha dos dados e concluiu recentemente a sua licenciatura com a apresentação pública deste estudo.
A amostra foi de 1045 indivíduos, com idades compreendidas entre os 18 e os 99 anos, sendo 54,4% do género feminino e 45,6% do género masculino, com residência oficial no concelho da Covilhã. Os dados foram recolhidos de forma aleatória.
A investigação concluiu que a prevalência de hipertensão arterial na população adulta do concelho da Covilhã é de 56,0%, sendo ligeiramente superior no género masculino (58,3%) quando comparada ao género feminino (54,1%).
Foi também possível constatar que 43,3% da população inquirida apresenta hipertensão arterial não controlada, valores estes que assumem dimensões preocupantes.
A par destes resultados, a pesquisa mostra que os factores de risco mais comuns na população adulta do concelho da Covilhã são a obesidade e o sedentarismo.
Foi ainda estudado a prevalência de hipotensão ortostática (conhecida também por tonturas), “cujos valores se revelam também eles preocupantes. A prevalência para esta variável foi de 10,5%, o que permite concluir que tanto a hipertensão arterial como a hipotensão ortostática apresentam elevadas prevalências no concelho da Covilhã”, destaca.
Face aos valores encontrados, uma das recomendações do estudo, menciona a realização de campanhas de prevenção primária de alerta e consciencialização da população aos problemas que poderão advir desta patologia, de forma a minimizar a incidência de hipertensão arterial, aumentar o seu controlo e tratamento e diminuir os factores de risco modificáveis mais prevalentes nesta população.
Refira-se que a hipertensão arterial é uma doença que afeta quase 25% da população adulta mundial, ou seja, um em cada quatro indivíduos. Em Portugal, existem cerca de dois milhões de hipertensos, dos quais 50% têm conhecimento da patologia; 25% estão tratados; 11,2% têm a pressão arterial controlada.