Na última sessão da Assembleia Municipal do Fundão, o tema gerou troca de argumentos entre Jorge Garcês e José Pina. O eleito do PS considerou que a intervenção de Cristiano Gaspar não se enquadrou no espírito do evento e ultrapassou os limites do aceitável ao que Jorge Garcês respondeu acusando José Pina de estar a tentar calar a voz do jovem “com um toque salazarento”. O líder da bancada do Partido Socialista, em defesa da honra, disse que “salazarentos são aqueles que querem apelidar os outros de salazarentos, esses é que são os verdadeiros ditadores”.
Na última reunião da câmara municipal do Fundão, foi o vice-presidente quem voltou a falar do assunto para solicitar à vereadora do PS no executivo, Joana Bento, que se distancie das declarações de José Pina
“Acho que vamos muito mal e não é um bom caminho quando procuramos diminuir ou cortar a palavra ao jovem. O PS pode não concordar com o teor mas no mínimo tem que respeitar aquilo que foi essa intervenção. Se houve tanta indignação em relação a esse assunto, acho que era correcto que se distanciasse daquilo que considero ter sido um momento de censura”, afirmou.
Joana Bento considera que o eleito do PS na Assembleia Municipal do Fundão não tentou diminuir ou cortar a palavra a ninguém. Para a vereadora socialista, o momento não era um comício da JSD
“Nunca me passaria pela cabeça retorquir ou contrariar, no caso, as posições, a maioria delas ideológicas, que ali aconteceram. A sessão não era o local para fazer esse género de discurso e aquele não era um comício da JSD, porque há lugar para tudo”, sustenta a eleita do PS.
Declarações da eleita do PS que mereceram uma conclusão de Miguel Gavinhos em relação à autarca socialista
“Não só não se distancia como reafirma aquilo que foi um acto de censura na Assembleia Municipal do Fundão", aponta. Joana Bento não se revê nesta ideia e reafirmou o que anteriormente declarou sobre o assunto.
Na discussão entrou também o presidente da câmara municipal do Fundão. Para Paulo Fernandes o que está em causa é a liberdade de expressão e se existem equívocos resolvam-se
“O que está em cause é se a liberdade de expressão tem limites nesta condição, algo que obviamente todos não estamos para aí virados. E se existe um conjunto de equívocos é bom que se resolva”, concluiu.