Os ex-vereadores hoje ouvidos convergiram na ideia de que a reunião tida com a advogada titular do processo foi essencial para fundamentar os votos favoráveis ao acordo entre a Câmara municipal da Covilhã e as familiares de Santos Silva.
Gestor de risco por formação, Nelson Silva disse ao tribunal que o seu voto favorável ficou a dever-se à ausência de garantias de sucesso.
"Não havia garantias de sucesso, há sempre uma alternativa que é a negociação". Para o ex-autarca a cunhada e mulher e Santos Silva não podem ser nem beneficiadas nem prejudicadas pela sua relação de parentesco com o então presidente da Assembleia municipal.
Nelson Silva desconhecia o pedido de indemnização feito em 2013 e em 2014 pelas familiares de Santos Silva à autarquia, a propósito da ocupação dos terrenos para a construção da estrada. Quanto a este processo "achei que poderia ser encontrado um acordo entre as partes" disse ao advogado do assistente Nelson Silva.
Um pedido de indemnização que também Jorge Torrão desconhecia.
O ex-autarca disse que votou favoravelmente o acordo "na tentativa de resolver uma contenda" e que a câmara precisava de dinheiro mas "precisava sobretudo de tranquilidade e paz".
"Não me lembro", foi a frase mais ouvida no depoimento de Carlos Martins que recordou que a época foi uma fase difícil da sua vida devido a uma depressão. O ex-vice presidente votou favoravelmente o acordo com base no parecer da advogada contratada pela Câmara "acreditei no Sr. Presidente e na Dra. Raquel".
"Da parte do Sr. Presidente, nunca vi até hoje intenção de prejudicar o município", acrescentou.