“Porque nasceu de uma espontaneidade muito grande, feita calmamente como quem está a brincar, e realmente a Sta. Teresinha permitiu-me navegar livremente, com a liberdade de quem não fez mais porque não foi capaz de fazer mais.”
Natural de Casegas, onde nasceu a 1 de Novembro de 1928, José Pires Branco iniciou a sua carreira de arquitecto no Fundão onde foi homenageado, no passado sábado, durante a reflexão sobre o património, promovida pelo museu arqueológico municipal para assinalar o seu 11.º aniversário. A ocasião foi aproveitada para o lançamento do livro da autoria dos arquitectos Pedro Novo e Paulo Fortunato sobre este emblemático edifício onde também deu aulas. Vivências e memórias recordadas durante uma tertúlia que antecedeu a inauguração da exposição, patente na moagem, onde se encontram 19 dos seus mais representativos projectos, como explica Pedro Novo.
É uma colectânea de desenhos mais representativos das técnicas que ele desenvolveu durante a sua carreira, dando um enfoque a alguns dos edifícios mais importantes da cidade do Fundão, nomeadamente o edifício da escola de Sta. Teresinha que aproveitamos para lançar aqui no aniversário do museu, dando essa importância ao edifício e relançar a discussão sobre o património do Fundão.”
Pedro Novo e Paulo Fortunato, responsáveis pela mostra, aproveitaram a oportunidade para deixar um alerta para a necessidade de preservar e divulgar o acervo de José Pires Branco, doado pela extinta secção regional do sul da ordem dos arquitectos à câmara municipal de Castelo Branco.
“Mas que continua a necessitar de cuidados urgentes de arquivismo, de manutenção e de divulgação. O alerta que deixamos é que não só a Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos como a câmara de Castelo Branco possam encontrar aqui um entendimento para que alguém, não temos que ser nós, possa desenvolver actividades e possa preservar um acervo tão importante e tão rico como ele é.”
Parte dele pode ser visitado na moagem até ao próximo dia 13 de Maio, de terça a domingo, entre as 14h e as 17h 30m numa exposição designada “José Pires Branco – Um ecléctico Beirão Moderno.”