“Um dia li o livro e acabei por me apaixonar por ele, porque falava sobre o interior, da revalorização da vida rural, e comecei a pintar o percurso da personagem, e comecei a desenvolver a minha arte à volta de tudo isso, tornando-me um pintor de raízes muito ligadas ao meu universo”.
No museu dos lanifícios João Salcedas expõe 45 telas “são quadros ligados ao figurativo do nosso interior, mais ligados aos últimos três anos de pintura na Mystéria, que se passou na minha aldeia”. João Salcedas nasceu na então Aldeia de Carvalho, em 1960, não sabe de onde lhe veio o jeito para a arte mas recorda-se que aos 12 anos já pintava. Hoje, aos 57 continua a pintar nos tempos livres e ao ar livre “eu sou um apaixonado de Malhoa que foi um grande pintor do registo psicológico do povo português, eu gostava de pintar o registo, provavelmente, das últimas vendedoras da praça da Covilhã, mas elas já me disseram não veem isso muito bem, e não querem ser retratadas, então eu respeito e como os motivos para pintar são infinitos eu parto para outra e continuo a pintar a cidade”.
Nos últimos anos, João Salcedas decidiu sair para a rua e pintar a Covilhã, as pessoas, e transportar a vida da cidade para as suas aguarelas. De cavalete e aguarela na mão é fácil encontra-lo a transpor para a tela os “infinitos” motivos que encontra na Covilhã. Para já, e até 19 de Fevereiro pode ver as suas pinturas no núcleo da Real Fábrica Veiga do museu dos lanifícios da UBI, na calçada do Biribau, de terça a domingo, entre as 9h 30m e o meio-dia e entre as 14h 30m e as 18h. Aos sábados à tarde com direito a visita guiada conduzida pelo próprio autor.