O livro é o resultado da experiência de Fernando Paulouro quando acompanhou Eugénio de Andrade no seu regresso às origens “o que me deu a possibilidade de poder também transmitir para o livro aquilo que eram as indicações que ele me deu na primeira pessoa, e penso que essa matriz da Beira que está presente na poesia dele, desde os textos iniciais até textos de 2001, está muito patente no livro, é um pouco a Beira que está dentro do livro e Eugénio de Andrade que está dentro da Beira”.
Para o escritor fundanense, o livro é sobretudo um pretexto para celebrar a poesia de Eugénio de Andrade “se o livro tem algum sentido é esse, trazer Eugénio de Andrade à superfície, que é um dos poetas mais importantes da poesia portuguesa, com uma dimensão internacional, mas que, como acontece em Portugal com muitos escritores, parece estar esquecido”.
Arnaldo Saraiva que apresentou “A materna casa da poesia” perante uma sala cheia, tem a certeza que Eugénio de Andrade iria gostar da nova edição “porque é um livro que se ocupa de coisas que eram muito importantes para o Eugénio que era a mãe, a terra mãe, que era a terra natal e a terra inteira, a casa, porque Eugénio fala muito de casas, ou de moradas ou de lugares habitáveis, do calor materno e também a poesia, Eugénio viveu para a poesia”.
Eugénio de Andrade viveu para a poesia que hoje, passada uma década da sua morte, se mantém viva “a poesia do Eugénio de Andrade está aí ainda para durar durante muitos anos e para nos dar vida.” Conclui Arnaldo Saraiva.