Constrangido a abandonar o País, regressa clandestinamente e, com a ajuda da embaixada de um País amigo, é autorizado a residir em Lisboa, mas proibido de ensinar filosofia e de escrever; é editorialista desde 1980, do “Contacto”, o primeiro jornal português do Luxemburgo, semanário com uma tiragem de 25 mil exemplares para uma comunidade de oitenta mil pessoas.
Belmiro Narino de Campos dedica o livro aos portugueses emigrantes no Luxemburgo, seus companheiros de 30 anos, e a todos os homens que, para mudar o mundo, se fizeram, eles, a mudança. Na apresentação da obra, em Souto da Casa, o autor pede mais respeito pelos emigrantes, que dão um contributo fundamental para o desenvolvimento de Portugal “se não fossem os cinco milhões de emigrantes, gente trabalhadora e com projecto de vida, que enviam para Portugal mais dinheiro do que Bruxelas não sei o que seria do desemprego em Portugal”.
“O homem à beira do seu destino”, com tiragem de mil exemplares, demorou um ano a fazer, e são, de acordo com o pároco, reflexões que escreveu ao longo de vários para o jornal “ Contacto”, no Luxemburgo“O livro pretende ser uma espécie de considerando intemporal das coisas que vão acontecendo na vida”.
A cerimónia, que decorreu no âmbito do “Mês de Agosto, Mês da Cultura”, que decorre no Souto da Casa, até ao próximo fim-de-semana, deixa orgulhoso o presidente da junta de freguesia. Luís Castanheira sublinhou a dimensão humana e social do padre Belmiro Narino de Campos
“É uma obra de um homem crítico que valoriza muito o trabalho dos emigrantes. Um homem com uma alma gigante e solidária”.
Em ano de eleições Belmiro de Campos, depois de comparar as democracias portuguesa e luxemburguesa, deixa um conselho àqueles que não estão de acordo com o papel que os partidos têm na sociedade actual “ as pessoas descontentes com os partidos votem em branco. Os políticos que ponham os pés na terra e pensem mais no povo que servem do que neles próprios que servem”.
Belmiro Narino de Campos regressou, uma vez mais, à terra que o viu nasce, agora para deixar testemunhos de experiências vividas.