A noite primaveril convidava à esplanada. Mas o público rendeu-se às Estórias divertidas de quem sabe interagir com as pessoas e reuniu-se na biblioteca do Fundão para escutar "um conto" ao qual se acrescentou "um ponto", que é como quem diz, uma Estória recolhida numa qualquer região do país e à qual um dos contadores imprime o modo pessoal de a partilhar com o público.
Não raras vezes é o público que sugere a personagem ou a conclusão de uma linha condutora da Estória.
Por exemplo, António Fontinha recorre à imaginação do espectador para questionar o que é um travesseiro.
E se há quem recorde o travesseiro como nome de um bolo, há quem sugira que travesseiro pode ser alguém que atravessa a passadeira.
A segunda opção merece a concordância de António Fontinha e a gargalhada do contador de estórias contagia uma plateia inteira.
O segredo do êxito dos contadores de histórias reside na capacidade de interação com o público. Nesse particular António Fontinha e Ana Sofia Paiva são exímios.
A capacidade de brincar com as personagens, conferindo-lhe significados diferentes também cativa o público. José Craveiro, a dada altura, fez um trocadilho com "o diabo das histórias" ou "as histórias do diabo" e logo a gargalha coletiva tomou conta da sala.
Também há canções e às vezes recria-se o som do rouxinol que "é mais rico que o do cuco" avisa quem no palco canta e encanta a plateia onde há crianças e adultos de todas as profissões.
Mas são, sobretudo, os professores quem se rende aos contadores de estórias.
E as rimas encaixam na perfeição. "Bendito e louvado que está tudo contado".
E assim terminou a segunda edição de "Contadores de Estórias". Para o ano, em abril, haverá mais uma sessão, prometeu a bibliotecária Dina Matos. O evento foi promovido pela Câmara Municipal do Fundão.