O 25 de Abril de 1974 não é um dia como os outros pois recordamos quem disse não e lutou contra a farsa fascista e colocou cravos nas espingardas. E o povo que foi e continua a ser determinante no caminho a percorrer, sublinhou Guilherme Blazquez Feches, da CDU
“Foi o povo o construtor do seu destino nos anos entre 1974 e 1976 e será o povo a guiar-se a si próprio hoje. A democracia, o nosso regime vigente, não é eterno e apenas sobrevive e se transforma para melhor quando o povo intervém e participa. Este simples fato deveria servir a todos nós para responder ao discurso da inevitabilidade. Que não haja engano, a democracia que temos já não é a conquistada em 1974 e pela vontade de alguns até já estaria mais deturpada e delapidada. O nosso maior inimigo político não são as diferenças políticas, pois essas quando temos a razão do nosso lado são vencidas, a indiferença generalizada numa sociedade sobrecarregada de estímulos controlados é que nos deve fazer perder o sono”, disse o representante da Coligação sublinhando que “o 25 de Abril não é um dia como os outros e vamos mante-lo assim”
Também o PS saudou os militares de Abril e a sua luta contra um tempo, regime ditatorial, demasiado longo mas o dia chegou e trouxe mais paz, pão, habitação, saúde, educação e liberdade, recorda Marina Nascimento que sustenta que passaram 42 anos sobre essa conquista civilizacional, um grande hino à liberdade “ liberdade que não tem preço”, disse.
Mas como processo inacabado que é “não se pode baixar a guarda” porque a democracia “nunca mais pode ser um fruto proibido”. Com a crise e a austeridade, imposta pela União Europeia, “que desiludiu”, os portugueses voltaram a perder a esperança em dias melhores, referiu. A representante da bancada do PS na Assembleia Municipal do Fundão criticou a extinção de freguesias num poder local que foi uma das maiores conquistas de abril. Quanto aos partidos políticos têm que deixar entrar o ar da renovação
“Se os partidos não se renovarem, não se abrirem à sociedade, e não deixarem entrar o ar renovador dos tempos que correm tornar-se-ão apenas um instrumento de poder ao serviço de alguns cavando um fosso ainda maior entre governantes e governados, e como sabemos este caminho é preocupante e resvaladiço e um dia poderá constituir um problemas ´serio e de difícil resolução…. Uma reforma não é um corte, nomeadamente cego e feito à pressa. O Poder Local é a primeira e a última ligação das pessoas com o Estado e também por isso não faz sentido que se tenham eliminado muitas freguesias, nomeadamente do espaço rural sobretudo essas que faziam a ligação com os cidadãos. Isso foi andar para trás e um tirar de tapete ao mundo rural e aos territórios de fraca densidade populacional”, sustentou.
É preciso restaurar o são debate democrático defendeu a representante da bancada do PSD. Para Maria de Lurdes Liberato, o 25 de Abril não se fez para ser um objeto de memória ou uma efeméride, deve ser uma data a atualizar diariamente. “Ninguém é dono do 25 de Abril”
“Graças e ele a democracia está mais próxima das populações contribuindo decisivamente para avançar no domínio das infraestruturas básicas, da educação e da saúde. Portugal é hoje um país diferente do que era há 40 anos e este avanço não foi obra da Constituição mas da conquista de todos nós. Uma conquista feita de trabalho e sentido de responsabilidade. Do mesmo modo que não existem portugueses de primeira e de segunda também ninguém é dono do 25 de Abril. A liberdade não tem proprietários, a democracia é de todos e para todos”, salientou.
O presidente da CMF começou por homenagear todos os quatro mil cem autarcas eleitos desde 1976 no concelho do Fundão, na câmara, assembleia municipal, juntas e assembleias de freguesias “os fazedores do futuro inovador ao longo de quatro décadas”.
Ao poder local deve-se muito do progresso alcançado nas diferentes terras em Portugal “um grande salto em frente dado no país”, considera Paulo Fernandes. O edil está convicto que o Fundão, pela estratégia definido, vai ganhar o futuro. É preciso ter confiança
“Tenho a convição que vamos ganhar o futuro. Fundanenses, é preciso ter confiança no nosso futuro comum. Pela nossa parte cumpriremos sempre o principal papel do Poder Local como um porte de chegada para esperanças e de saída para ações e obras que sempre ao serviço das pessoas e das comunidades promovam e contribuam para o seu desenvolvimento integral e equitativo. No dia da liberdade reitero como presidente da câmara que todas as vozes são válidas e essenciais na hora de se definir a harmonia dos ritmos que queremos para o nosso desenvolvimento. O 25 de abril mais que confirmar o ser munícipe asseverou e afiançou algo de muito importante: o sermos cidadãos inteiros, conscientes dos direitos e deveres na gestão das nossas pequenas pátrias comuns”, disse.
Sem discurso preparado, o presidente em exercício da Assembleia Municipal do Fundão, Luís Gavinhos, dirigiu-se aos jovens a quem deixou uma mensagem
“Não se lembrem ou recordem apenas mas vivam e sintam o espírito de Abril e assim renovo o meu sim: façamos uso dos nossos sonhos e acreditemos sempre que o amanhã será melhor”.