O investigador e presidente da faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI deixou um exemplo de como a inovação “que não tem que ser apenas nas novas tecnologias” pode resolver os problemas locais como o da falta de dignidade nos lares da região “e deixar de ter os velhinhos lá sentados, à espera da hora da pastilha, da hora de descansar, da hora de dormir, isto para mim não é vida, nós temos que fazer muito mais e inovar a este nível e ter as pessoas com dignidade nos sítios onde estão e há muito a fazer, muita profissão para inventar, muito dinheiro que tem que se gastar para aquilo se transformar numa coisa digna”.
Pedro Guedes de Carvalho deixou o sector têxtil como um exemplo a seguir: apesar da redução drástica de número de postos de trabalho nesta área, de 11 mil para 2.500 trabalhadores, o têxtil é hoje “o sector com maior valor acrescentado da Cova da Beira que dispõe da tecnologia mais avançada do mundo nesta área”. Uma realidade que é preciso replicar noutros sectores.
Um dos problemas dos empresários e da região tem sido precisamente a divergência, ou neste caso a falta dela “se dá dinheiro vamos todos para lá, e esquecem que quando vamos todos para lá os preços descem, apostamos tudo no mesmo cavalo quando havia mais cavalos para apostar, uma região, um município, é exactamente a mesma coisa.
Outro dos problemas elencados pelo investigador tem ver com os fundos europeus e como eles ditaram nas últimas décadas a acção da região e do país “o nosso problema foi que nós nos centrámos nos fundos europeus e são eles que nos dizem o que devemos fazer, e nós andámos numa roda viva nacional, regional e local”.
No final, deixou o apelo que reitera em todas as suas intervenções públicas “vou repisar o conselho com que eu termino todas as minhas palestras, nós temos que deixar de olhar para o umbigo, eu engordei para deixar de olhar para o meu umbigo, pode ser que olhando para o lado veja alguém que tenha um feitio de corpo que se adapte ao meu e que a gente possa trabalhar em conjunto”, brincou Pedro Guedes de Carvalho.