“Aqui especificamente na Cova da Beira queríamos que a Permacultura fizesse cada vez mais parte da região, por isso não estamos só neste evento, mostramos alguns filmes à comunidade local, mas também estamos a fazer algum trabalho nas escolas e o nosso objectivo é dar continuidade a esse trabalho aqui na região”, justifica Margarida de Sousa, membro da organização do Encontro.
Baseada num modo de vida integrado entre a natureza e a comunidade, a Permacultura surgiu na década de 70 e assenta em três princípios “um é cuidar da terra, que é uma das partes mais visíveis, outro princípio é cuidar das pessoas e o terceiro é a partilha justa, a partilha de excedentes”.
No Fundão uma das primeiras comunidades surgiu em 2006 no Monte dos Carvalhos, entre Alpedrinha e Póvoa de Atalaia, hoje são quatro os residentes permanentes que recebem todas as semanas visitantes, voluntários e participantes em workshops de design permacultura. Márcia Luz explicou à RCB como é o dia-a-dia no Monte dos Carvalhos “nós começamos o dia com um ritual, dar as boas vindas ao dia, reconhecer que o dia tem possibilidades, organizamos e distribuímos as tarefas diárias, sejam as de agricultura, domésticas, construção natural, partilhamos as refeições e ao final do dia fazemos a revisão do dia, agradecer pelo que aconteceu, clarificar se houve problemas e o que é que podíamos ter feito melhor”.
Os quatro residentes, de Portugal, Irlanda e Alemanha, partilham as tarefas, a alimentação e o orçamento “nós comemos o que produzimos mas ainda não somos auto-suficientes, normalmente às segundas-feiras vimos ao mercado do Fundão comprar algumas coisas, porque acreditamos que também é importante estar ligados com a comunidade, os produtores, e aquilo que se passa à nossa volta”.
No Monte dos Carvalhos ainda vivem em caravanas, mas recuperaram a casa de pedra que transformaram em cozinha e espaço comum. Uma forma de estar na vida em harmonia com a natureza é outra das definições de Permacultura.