O presidente da câmara de Belmonte refere que “é uma injustiça o que está a acontecer ao Carvalhal Formoso mas muito particularmente ao Colmeal da Torre; posso dizer que neste último caso a senhora delegada regional de educação do centro me comunicou pelo telefone de que a escola não iria encerrar e depois ela aparece na lista; nós não podemos aceitar esta situação e por isso vamos contestar esta decisão”.
Dias Rocha acrescenta que “se nos deixaram a câmara está na disponibilidade de assumir responsabilidades em reabrir as duas escolas, suportando todos os custos inerentes à sua manutenção em funcionamento; assim o ministério da educação nos deixe”.
Situação diferente é o caso de Maçainhas. O autarca refere que “esse é um caso à parte uma vez que estão matriculados sete alunos e a grande maioria deles é de etnia cigana e acaba por não frequentar a escola; é uma situação que me preocupa e também por isso faço um apelo aos pais no sentido de as crianças poderem ir à escola para serem melhores cidadãos no futuro”
Todas as bancadas com representação na assembleia municipal mostraram também a sua discordância em relação a esta decisão do governo.
Recorde-se que várias dezenas de pais e encarregados de educação do Colmeal da Torre deslocaram-se à última reunião pública do executivo a pedir explicações sobre o assunto, acompanhados pelo presidente da união de freguesias Belmonte/Colmeal. José Mariano espera que a escola ainda possa funcionar como sala de apoio no próximo ano lectivo e não cala a sua revolta perante a situação “estou muito triste porque o senhor presidente da câmara me deu a informação de que esta escola não iria fechar e depois acabou por me dizer o contrário; espero que por detrás disto não haja subterfúgios por parte de alguém que quer mesmo fechar a escola e o apelo que faço é que possam ser tomadas medidas para que ela possa, pelo menos, funcionar como sala de apoio”.
Cláudia Costa, representante dos pais e encarregados de educação, considera que a situação é inexplicável “no próximo ano lectivo vamos ter 15 alunos a frequentar o primeiro ciclo e mais oito no pré escolar e esse número pode vir a aumentar uma vez que há pais de outras localidades, mas que trabalham no Colmeal, e que já manifestaram interesse em matricular os seus filhos na escola; para além disso a escola também tem todas as condições para albergar os alunos da escola de Maçainhas que também está prevista encerrar”.
Os pais consideram ainda que é necessária uma tomada de posição por parte do director do agrupamento de escolas Pedro Álvares Cabral. No entanto David Canelo garante que em nenhum momento a questão do encerramento daquela escola lhe foi colocada “o único contacto que foi estabelecido pela DREC com o agrupamento foi feito em Março e nele apenas era perguntado se o centro escolar de Belmonte já tinha a sua capacidade esgotada e nós respondemos que não; nunca se falou no encerramento de qualquer escola e eu não tenho qualquer responsabilidade nesta matéria”.
Para além da providência cautelar, a autarquia e a comunidade educativa vão ainda solicitar audiências à delegada regional de educação do centro e ao secretário de estado da tutela tendo em vista defender a manutenção dos estabelecimentos de ensino.