Há quatro anos que a “Quarta Parede” celebrou um contrato de apoio anual no valor de 105 mil euros mas que só foi cumprido em 2010 e 2011. No ano passado a companhia apenas recebeu 50 mil e este ano não teve direito a qualquer montante em virtude das reduções orçamentais.
Rui Sena admite que esta situação veio obrigar a uma maior contenção de custos e a reduzir as despesas ao mínimo indispensável “tivemos que reorganizar por completo o nosso funcionamento embora a estrutura esteja dimensionada para funcionar apenas com três pessoas a nível profissional; mudámos de sede também para diminuir custos e deixámos de assistir a outros festivais por forma a conter despesas também nesse sentido e por isso a nossa actividade ficou reduzida ao mínimo”.
Reduções que também chegaram à área da organização de espectáculos. Embora mantenha a realização da mostra de criadores emergentes, o festival “Y” deste ano já não se realizou devido a essa falta de apoios “como se compreende o festival exige um investimento muito maior que o «Primeiro Andar» e por isso não avançámos este ano para a sua organização mas naturalmente que existe a expectativa de o retomar no futuro”.
O director artístico da Quarta Parede aguarda com expectativa a hipótese de a direcção geral das artes abrir concurso para a atribuição de apoios financeiros no próximo ano “sinceramente não sabemos se isso vai acontecer atendendo a todos os cortes já anunciados e eu reconheço que não é fácil gerir uma situação em que se procura obter financiamentos para continuar a funcionar em detrimento de desenvolver novos projectos”.