Para o antigo governante "o que é humilhante não é o cheque que a troika nos dá, de três em três meses, depois dum exame; mas sim o facto de ninguém ter explicado que nós gastámos mais na construção de estádios de futebol ou na requalificação da linha ferroviária do norte, que continua a funcionar como no século XIX do que a Alemanha na construção do novo aeroporto de Berlim; as origens na crise estão aqui e ninguém ainda conseguiu explicar isto aos portugueses".
O antigo ministro da economia considera que o rumo das opções erradas não deve ser prosseguido, deixando como exemplo a circulação rodoviária de mercadorias entre Lisboa e os países da Grã Bretanha, quando por via marítima os custos seriam muito mais reduzidos.
Augusto Mateus considera por isso que "mais importante que investir em novas infra-estruturas, é fundamental que o novo conceito estratégico de defesa nacional seja assente em respostas aos desafios já existentes".
Esta conferência esteve inserida num conjunto de oito debates que o ministério da defesa está a promover em todo o país para lançar o debate público sobre o conceito estratégico de defesa nacional; um documento que vai ser revisto durante o próximo ano.
Paulo Braga Lino, secretário de estado da tutela, alerta para a importância de reforçar a partilha de todo o tipo de recursos: "a soberania de Portugal deve começar na sua independência económica e nós ainda não a alcançámos; torna-se por isso vital que os nossos recursos possam ser melhor articulados e partilhados pois doutra forma não vamos conseguir vencer esta crise".
Para o governante, a revisão do conceito estratégico de defesa nacional resulta da alteração do paradigma verificado dos Estados Unidos da América e que leva à necessidade de uma maior articulação sobre as questões da segurança nacional em todos os países da Europa.