Para Pires Manso, o orçamento de estado (OE) para 2012 "é demasiado exigente para os mais desfavorecidos e as classes médias que em vários aspectos viram para além do exigido pela troika de observadores" .Um documento que não é minimamente estimulante para a economia, antes "é restritivo e não augura nada de bom em termos da criação de postos de trabalho e de redução do flagelo social que é o desemprego", que actualmente atinge 12,3% da população activa, considera este professor catedrático.
De acordo com Pires Manso, o OE 2012 é muito parco em medidas de apoio social, nada diz em relação às organizações que prestam apoio social a milhares de portugueses, como a Cáritas, as IPSS e as ONG.
Para além de prever a redução das indemnizações por despedimentos, a taxação dos pensionistas e o aumento em meia hora /dia o horário de trabalho aos portugueses, nada diz sobre o apoio às pequenas e médias empresas agravando o IVA dos cafés e restaurantes, ovos frutas, entre outros, "cujo mercado de emprego é alimento a milhares de pessoas", que trabalham no ramo, pondo em causa a sobrevivência de muitos desses postos de trabalho e de estabelecimentos, para além de reduzir as despesas com educação e saúde pondo em causa a sustentabilidade de alguns serviços e até do Estado Social.
Face a este cenário, o coordenador do observatório da UBI não augura um futuro sem sobressaltos para os portugueses em geral e as IPSS e outras entidades que prestam apoio social à comunidade.
Pires Manso apela à solidariedade que sempre caracterizou os portugueses para ultrapassar mais esta adversidade.