Fechou em 2002, mas só agora está prestes a ser concluído o processo de falência da empresa. Depois de ter apreciado um requerimento de algumas trabalhadoras, para correcção de valores, o juiz entende existirem condições para que os créditos possam ser pagos às ex-trabalhadoras. Depois de vários episódios “ não há razões para mais qualquer percalço, a não ser o cumprimento dos prazos que, nestes casos, são normalíssimos. Podemos estar a falar em cerca de quinze dias”, refere à RCB, o presidente da direcção do sindicato têxtil da Beira Baixa (STBB).
Segundo Luís Garra, o valor a pagar às funcionárias assenta num critério estabelecido pelo juiz do processo que procurou acertar numa percentagem que tornasse mais justo o pagamento, entrado em linha de conta o valor pago através do fundo de garantia salarial (FGS) “ não se pode questionar a justeza do critério, mais de trezentas trabalhadoras vão receber, muitas foram integralmente pagas pelo fundo e algumas, como em percentagem já atingiram um patamar mais elevado que as restantes, não vão receber”.
O presidente da direcção do STBB reafirma, em entrevista à RCB, que a história deste processo está por contar “se tiver memória e tempo a história será contada. Este foi um processo muito doloroso onde valeu tudo, houve muita difamação, má fé e muitos cúmplices do crime que levaram ao encerramento da ERES”.
Para Luís Garra, o fecho da empresa no Fundão marcou também o início do encerramento de dezenas de unidades que levou à destruição de cerca de cinco mil postos de trabalho.
“Este foi um processo de resistência e do acreditar. Fomos a todos os combates jurídicos e quantas vezes sozinhos”, acrescentou o dirigente sindical.